quinta-feira, 17 de junho de 2010

ESTRÉIA DA SELEÇÃO BRASILEIRA - COPA DO MUNDO 2010

Brasil 2x1 Coréia do Norte. Não teve futebol encantador da Seleção? O Brasil não vai longe nessa Copa? A estréia da Seleção Brasileira, terça-feira, dia 15, contra os norte-coreanos foi marcada pela ansiedade dos jogadores, uma certa liberdade individual quando os atletas coreanos estavam com a posse de bola no campo defensivo da Seleção (se fosse contra um adversário mais conhecido e de tradição seria assim?), pouca movimentação e aproximação dos jogadores brasileiros com e sem a posse de bola.
Houve certo menosprezo da mídia para com a Coréia do Norte antes, durante e após a partida. Principalmente antes do jogo, pois isso gera e cria expectativas nos torcedores que a Seleção vai vencer de goleada, com futebol envolvente proporcionando dribles e jogadas surpreendentes, e o adversário é tido como fraco e sem qualidade alguma. É importante salientar que no futebol moderno, já não existe mais superioridade exacerbada de uma equipe em relação à outra. Embora os jogadores da Coréia do Norte não jogam em clubes onde o futebol é mais visível, não se pode julgá-los como bons ou ruins sem ter conhecimento das suas características de jogo.
No 1° tempo, o Brasil ficou a maior parte do tempo com a posse de bola (sem a bola, o Brasil dava espaços para a Coréia sair jogando, com o objetivo de tentar tirar os jogadores do campo defensivo) girando-a de um lado para outro tentando desestabilizar o bloco defensivo norte-coreano (todos os jogadores da Coréia defendiam organizadamente no seu campo defensivo). Só que apenas ficar com a posse de bola não é sinal de vitória ou de superioridade. Sem aproximação dos jogadores para construir as jogadas, movimentações constantes dos volantes e meias (Gilberto Silva e Felipe Melo – volantes; Kaká e Elano – meias), laterais fazendo a passagem para o campo ofensivo (Michel Bastos e Maicon) ficava difícil a bola chegar aos atacantes Robinho e Luís Fabiano (parece não estar bem fisicamente e tecnicamente) e consequentemente, as finalizações não levavam perigo ao goleiro adversário.
No 2° tempo, a postura do Brasil mudou. Felipe Melo foi adiantado para o campo ofensivo, Kaká e Elano se movimentaram mais e os laterais começaram a dar opções para a criação das jogadas. E em uma passagem de Maicon pelo lado direito, Elano deu um passe rasteiro e longo para o lateral, que olhou para o meio da área, mas finalizou chutando para marcar o primeiro gol brasileiro. E logo depois, Robinho deu um passe na diagonal para a entrada da área do lado direito, onde Elano se movimentou rapidamente, ganhou na velocidade do marcador e finalizou com categoria no canto direito do goleiro norte-coreano. Com a vantagem, Dunga colocou Daniel Alves, Nilmar e Ramires, nos lugares de Elano, Kaká e Felipe Melo. Talvez a proposta das substituições fosse sair em velocidade para o campo de ataque e conseguir ampliar o placar. Quase no final da partida, o volante da Coréia lançou a bola do seu campo defensivo pelo lado direito para o atacante que estava quase na linha de fundo pelo lado esquerdo (recebeu a bola nas costas do lateral Maicon), que passou a bola para o meia norte-coreano que dominou e entrou em velocidade na área do Brasil, fazendo o gol.
O Brasil vai precisar melhorar o desempenho para as próximas partidas, principalmente, porque as partidas contra Costa do Marfim e Portugal serão com adversários que tem jogadores experientes que atuam em clubes de expressão mundial e acostumados a jogos decisivos. Para o jogo de domingo é provável que Dunga não fará aletrações na equipe, mas se Luís Fabiano e Elano não melhorarem dentro de suas funções, provavelmente perderão espaço entre os titulares.
Estreiar com vitória é sempre muito importante independente da atuação. O que deve ser analisado pela comissão técnica da Seleção é que a atitude (mostrar a qualidade da equipe e se impor frente ao adversário) e a forma de jogar precisam ser repensadas. Espetáculo e jogar bonito não são prioridades para as equipes, inclusive para o Brasil. O objetivo é ser eficiente de acordo com a proposta de jogo para conquistar a vitória.

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